Directiva do ministro do Ultramar sobre a operação de salvamento e encaminhamento de fauna durante o enchimento da barragem de Cahora Bassa – Operação Arca de Noé.
Dizia a directiva: “Em condições normais da situação das populações na zona da albufeira e nas áreas confinantes, as medidas em curso e em preparação para se realizar com êxito a Operação Arca de Noé levariam a fazer toda uma campanha prévia de chamada de atenção mundial para a ela chamar jornalistas, cientistas e cineastas de todas as origens que a pudessem presenciar livremente.
Nas condições actuais afigura-se preferível ir prestando as informações com a conveniente prudência e só permitir que a operação seja presenciada por individualidades de isenção reconhecida e em áreas limitadas pré-definidas, nas quais as FA possam garantir a conveniente segurança. (…)
É sabido que em certas áreas da zona da albufeira não foi até hoje possível proceder-se ao reordenamento das populações e não é garantido, pelo menos até ao momento, que tal reordenamento venha a conseguir-se em condições de voluntariedade nessas áreas.
Não é, também, impossível que actividades preparadas com antecedência pelos movimentos terroristas que actuam (principalmente na margem norte do rio Zambeze) nas áreas afectas à albufeira e ao reordenamento das populações, possam lançar certa perturbação na parte humana desses casos difíceis e patentear afogamentos por elas provocadas (…)”.
O Plano Base para salvamento e transferência da fauna bravia da albufeira de Cahora Bassa foi dirigido por K.L. Tinley, um ecólogo ao serviço da Direcção dos Serviços de Veterinária de Moçambique.