05/05/1973 -

Reunião de comandos militares em Bissau para apreciação da situação militar, declarando Spínola que as implicações da carência de meios para enfrentar a ofensiva do PAIGC conduziam a opções que ultrapassavam a sua esfera de responsabilidade.

O Comando-Chefe das Forças Armadas na Guiné fazia a seguinte avaliação das possibilidades do inimigo:

  • Intensificar a acção antiaérea, em ordem a retirar-nos a liberdade de acção no ar;

  • Incrementar a acção da guerrilha em ataques a aquartelamentos e emboscadas a colunas;

  • Massificar as acções contra as povoações com guarnição militar, em ordem a obter sucessos politicamente exploráveis.

Esta actividade incidirá nas guarnições de fronteira, em especial as acções com carros de combate;

Num futuro próximo prevê-se que o inimigo:

  • Intensifique a resistência à reocupação do Sul (Cantanhez);

  • Incremente a sua actividade contra meios navais;

  • Tente a eliminação sistemática de guarnições mais expostas sobre a fronteira;

  • Estabeleça no Boé a fisionomia de um novo Estado, a proclamar;

  • Consolide as bases de uma ulterior evolução do conflito para a fase convencional, com directo empenhamento externo.”

Spínola resumiria esta análise do seguinte modo: “Afiguram-se-nos manifestamente insuficientes os meios actuais face à evolução verificada, pois considero demonstrada à evidência a impossibilidade de alterar a manobra para economizar meios sem grave prejuízo da missão.

Esta situação de insuficiência agudiza-se ainda pelas perspectivas de intervenção externa na Guiné”.