18/05/1973 -
Início da Operação Amílcar Cabral realizada por forças do PAIGC contra o quartel de Guileje no Sul da Guiné. Este ataque foi conjugado com o ataque a Guidage, pretendendo o PAIGC isolar as guarnições de fronteira.
A 18 de Maio, na zona Sul, junto à fronteira com a Guiné-Conacri, as unidades do PAIGC concentraram as suas forças de Infantaria e de Artilharia ao redor de Guileje, preparando um ataque de grande envergadura, que apontava para uma tentativa de tomada do quartel. Durante a execução de uma coluna de reabastecimento, as forças de Guileje foram fortemente emboscadas por duas vezes, a cerca de dois quilómetros do quartel, tendo sofrido um morto (comandante do pelotão de milícias de Guileje), sete feridos graves (cinco milícias de Guileje) e quatro feridos ligeiros. Por falta de evacuação aérea, um dos feridos graves (soldado metropolitano) faleceu quatro horas depois da emboscada.
A falta de evacuação aérea resultava das grandes limitações impostas pelo aparecimento dos mísseis antiaéreos Strela, que impuseram fortes restrições ao apoio aéreo na região de Guileje e Gadamael.
O comandante do COP 5, major Coutinho e Lima, enviou mensagens a alertar para a gravidade da situação. Informou que a não satisfação do pedido de apoio de fogos, bem como a não execução das evacuações “tinha causado mal-estar no pessoal”.
Às 20 horas do dia 18, o PAIGC iniciou as flagelações a Guileje e às 2h20 o COP 5 solicitou apoio urgente, pois estava debaixo de fogo contínuo. Foi-lhe respondido que seria efectuado o apoio aéreo logo que possível e o major Coutinho e Lima pediu para expor directamente o assunto ao general Spínola. Reticente, este aceitou recebê-lo em Bissau, mas ao fim da tarde do dia 20 mandou-o regressar ao COP 5.
Às 14h15 do dia 21 foi recebida, em Gadamael, a última mensagem de Guileje: “Estamos cercados de todos os lados”. Seguiu-se o silenciamento das comunicações de/e com o quartel.