30/05/1973 -

Memorando do secretário de Estado da Aeronáutica, Pereira do Nascimento, enviado ao ministro da Defesa, acerca das necessidades de equipamentos para que a Força Aérea tivesse capacidade para enfrentar as novas ameaças que surgiam nos teatros de operações.

Neste estudo dizia-se que “o inimigo podia intervir esporadicamente com aviões isolados ou parelhas para exercer pressão ou interferir no controlo de áreas nacionais, dependendo dos países fornecedores dos meios aéreos. (…)

Quanto às armas antiaéreas do inimigo, a liberdade de acção das forças aéreas tem sido conseguida por ausência de inimigo aéreo e por uma antiaérea fraca. Mas a arma aparecida na Guiné a partir dos fins de Março (Strela) surpreendeu aviões em voo causando baixas sensíveis e provocando restrições importantes à liberdade de voo. (…)

Uma conclusão se impõe desde já:

a necessidade de acelerar o mais possível a aquisição de caças modernos, capazes de ataques ao solo com precisão e fora do alcance do míssil, dado que os Fiat G-91 não têm as características suficientes”.

A frota da Força Aérea era constituída, em 1973, por 669 aeronaves de 25 tipos diferentes.

Apenas 202 aeronaves tinham idade inferior a 10 anos (28%); 72% das aeronaves eram de fabrico antigo e 51% eram pequenos aviões monomotores de hélice. Era uma frota que apresentava inseguranças adicionais ao risco normal, de voo lento, só utilizável sem inimigo aéreo ou com reacção antiaérea muito fraca.

Para colmatar estas deficiências a Força Aérea propunha a aquisição de:

  • 60 helicópteros AL III – 600 000 contos (Existiam 102);

  • Um helicóptero SA 330 Puma (para substituir o destruído no atentado de Tancos – 28 000 contos) (existiam 11) e, em 2ª prioridade, mais 12;

  • 27 Mirage V monolugares e três bilugares (3 000 000 contos);

  • 50 aviões de transporte ligeiros (Aviocar ou Skyvan – 1 000 000 contos);

  • 120 aviões de reconhecimento e fogo ligeiros (Cessna FTB337-G ou OV-10) ao preço unitário estimado de 6500 contos por unidade (780 000 contos);

  • Três radares móveis de campanha (150 000 contos).

 

A análise dos aviões de caça contemplou as seguintes aeronaves:

EUA

F-104G (Lockheed)

Phanton II – F-4C (McDonnel Douglas)

F-5A (Northrop)

França

Mirage III (Dassault)

Mirage V (Dassault)

Mirage F1 (Dassault)

Suécia

Saab J35

Do estudo comparativo foram seleccionados os seguintes:

Mirage V

F-5A

F-4C

A Força Aérea considerava muito difícil obter aviões americanos, por razões políticas e os aviões Mirage não foram adquiridos.