25/06/1973 -

Carta de Marcelo Caetano a Kaúlza de Arriaga a negar o comando conjunto de Angola e Moçambique.

Kaúlza de Arriaga tinha feito uma proposta a Marcelo Caetano para que o Comando-Chefe das Forças Armadas em Angola e em Moçambique fosse “atribuído a uma mesma pessoa”, que seria apoiado por dois comandos-chefe adjuntos, um para cada território.

Nesta carta Marcelo Caetano rebateu os argumentos de Kaúlza de Arriaga dizendo, em resumo:

“Os teatros de operação, as forças de subversão e os partidos inimigos são completamente diferentes nas duas províncias e exigem a actuação e métodos especiais. Não é possível dispor de uma reserva de comando constituída em Angola para intervir em Moçambique sem fazer perigar a segurança de Angola (Kaúlza tinha proposto constituir uma reserva de intervenção de 10 000 homens que seriam utilizados em Angola ou em Moçambique, o que exigia uma frota de aviões de transporte), a fixação da sede desse comando-chefe deixaria sempre à província que não a tivesse a impressão de ficar secundarizada”.