23/11/1973 -

Estudo do Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre a atitude de Portugal nas reuniões nas quais se encontrassem “representantes da auto-proclamada República da Guiné Bissau”.

Um dos efeitos do reconhecimento da independência da Guiné por parte de vários países foi a entrada do novo Estado em vários organismos internacionais, o que causou sérios embaraços ao Governo português, cujos delegados não sabiam como lidar com a nova situação. O Ministério dos Negócios Estrangeiros elaborou um memorando para enquadrar as possíveis atitudes dos delegados de Portugal. As duas opções eram Portugal recusar-se sistematicamente a participar nessas reuniões e evitar assim as humilhações e os vexames a que fatalmente seria sujeito ou optar por uma linha de orientação flexível estando presente quando os interesses portugueses o aconselhassem. Isto porque no plano do direito internacional, como afirmavam os autores do estudo, os embaixadores Freitas Cruz e Tomás Anderson, a presença de Portugal não significava o reconhecimento da Guiné-Bissau.