26/11/1973 -

Início da sexta reunião de alto nível dos representantes do Exercício Alcora, em Salisbúria, em que é apresentado, pela África do Sul, o major-general Clifton como primeiro director-geral da Organização Permanente de Planeamento Alcora (PAPO) e o brigadeiro Roos como director por parte da RAS para o seu Estado-Maior general.

Nesta sexta reunião, na qual ficou decidida a implementação definitiva da organização permanente Alcora, com quartel-general em Pretória dirigido por um representante da África do Sul, foi estabelecido que “o objectivo do Alcora engloba a coordenação de todos os aspectos e facetas da defesa naqueles domínios em que tal coordenação possa ser tanto rendosa como benéfica. Isto deverá, portanto, incluir actividades relativas a todos os ramos das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea). Deve incluir-se neste âmbito o estudo da possível cooperação de natureza não militar quando tal cooperação possa contribuir para as operações militares”. Durante a reunião, o general Ivo Ferreira, presidente da representação portuguesa, manifestou a sua satisfação por se encontrar na Rodésia e salientou os estreitos laços presentemente existentes entre os membros Alcora, vaticinando “êxitos futuros para a PAPO”. Depois das dezenas de reuniões efectuadas entre representantes dos três países, através de subcomissões de várias áreas definidas logo no início do “Exercício”, e para atingir os objectivos definidos, a organização Alcora contava finalmente com as seguintes estruturas:

  1. A Comissão de Alto Nível Alcora (ATLC), para “dirigir e coordenar as acções de todos os órgãos Alcora”, constituída, pela parte de Portugal, pelo secretário-adjunto do SGDN e pelos comandantes-chefes de Angola e Moçambique; pela parte da Rodésia, pelos comandantes da Força Aérea e do Exército; e pela África do Sul, pelo chefe de Estado-Maior da Defesa.

  2. A Comissão Consultiva Alcora para a Segurança das Comunicações, constituída por representantes dos órgãos de segurança nacionais, funcionando como comissão ad hoc de especialistas.

  3. A Comissão de Especialistas em Cartografia e Topografia, igualmente uma comissão ad hoc.

  4. A própria organização permanente de planeamento, “sediada na RAS” e funcionando “sob a supervisão do representante local da ATLC, através de um director-geral (DGSP)”, sendo este assistido por três directores, um de cada país, “que com o DGSP constituem o Estado-Maior General Directivo da PAPO”.

A estrutura desta organização permanente incluía os seguintes órgãos:

  • Quatro Repartições de Estado-Maior, com as funções de “Operações”, “Informações”, “Logística” e “Telecomunicações e Guerra Electrónica”;

  • Oficial Coordenador;

  • Secretaria;

  • Centro Criptográfico e de Transmissões;

  • Oficial de Segurança.