31/12/1973 -

Ao findar o ano de 1973, as Forças Armadas Portuguesas presentes nos três teatros de operações (Angola, Guiné e Moçambique) haviam atingido efectivos de cerca de 170 000 homens (150 000 do Exército), dos quais quase 90 000 provenientes do recrutamento metropolitano.

Se os efectivos globais não cessaram de crescer, o mesmo se não pode dizer da importante parcela do enquadramento garantida pelos quadros permanentes (QP), em relação ao Exército. Os jovens com habilitações literárias que possibilitavam a admissão às escolas superiores militares ofereciam-se em número cada vez menor. Daí que o Governo procurasse, de todas as maneiras, recrutar oficiais para o QP noutras fontes. Os milhares de oficiais milicianos que haviam cumprido a sua comissão de serviço nos teatros de operações ultramarinos, e que, ao regressarem à Metrópole, se encontravam sem profissão certa, constituíam, naturalmente, um campo de recrutamento que o poder político não podia deixar de aliciar.