Agostinho Neto fez um périplo por vários países, incluindo os Estados Unidos, durante os meses de Janeiro e Fevereiro.
Depois de assumir a liderança do MPLA em Dezembro de 1962, Agostinho Neto efectuou nos primeiros meses de 1963 um intenso périplo internacional aos Estados Unidos, Norte de África e Europa, para se apresentar e angariar apoios.
Um dos objectivos principais destas viagens de Agostinho Neto foi o de tentar combater as acusações que caracterizavam o MPLA como um movimento marxista, particularmente nos Estados Unidos, que representava uma fonte importante de apoio anticolonial.
De facto, em 1961, a administração Kennedy efectuara uma viragem na política norte-americana face a Portugal e à sua política colonial. Washington tornara-se um destino obrigatório para os movimentos nacionalistas que davam voltas ao mundo à procura de apoios. Mas, ao fazerem campanha para receber assistência oficial ou privada norte-americana, era fundamental uma credencial anticomunista.
Os dirigentes do MPLA tinham nessa altura ligações estreitas com elementos dos partidos comunista português e francês, mas não haviam ainda estabelecido uma fonte significativa e segura de apoio; o elo com Moscovo apenas se firmou a partir de 1964. Para não comprometer a possibilidade de obter apoios de vários sectores diferentes, Neto procurou disfarçar ao máximo as preferências ideológicas do MPLA.
Apesar dos Estados Unidos serem “território” de Holden Roberto, líder da UPA, que desde 1959 ali efectuava viagens quase anualmente e de manter excelentes contactos na administração, nos sindicatos e em organizações não-governamentais, o périplo americano de Agostinho Neto obteve algum sucesso material e político. Através do acesso que gozava em círculos protestantes norte-americanos, conseguiu apoio financeiro para refugiados angolanos no Congo.
Em várias cidades europeias, consolidou junto de angolanos politicamente activos e ali radicados a imagem do MPLA como movimento nacionalista anticolonial angolano.
No regresso ao continente africano passou por Argel, onde aprofundou a ligação do MPLA ao novo Governo independente de Ben Bella, apesar da política oficial dos argelinos ser a de incentivar a reunião dos diferentes grupos nacionalistas angolanos que lutavam contra o colonialismo numa frente nacional.
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