22/01/1961 -

Assalto ao paquete Santa Maria, dirigido por Henrique Galvão.

O paquete Santa Maria foi assaltado por um grupo de vinte e quatro oposicionistas portugueses e espanhóis, chefiados por Henrique Galvão e membros do Directório Revolucionário Ibérico de Libertação. Depois de capturarem o navio, nos mares da América Central, era intenção dos revolucionários seguirem para Angola, para apoiarem um movimento de nacionalistas que estava em preparação, e cujos membros acabaram por ser presos e levados a julgamento no que ficou conhecido como o “Processo dos 50”. Os assaltantes do Santa Maria agiam em coordenação com o general Humberto Delgado.

Assim que as notícias da captura do navio chegaram a Lisboa, o Governo português decidiu solicitar auxílio aos governos americano e inglês para recuperar o navio.

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Inicialmente, tanto os Estados Unidos como a Inglaterra mostraram-se prontos a localizar e a perseguir o navio. Mas o Governo americano, apercebendo-se que os revoltosos se diziam membros da Oposição à ditadura de Oliveira Salazar, alterou a sua posição. Os navios enviados em busca do Santa Maria foram mandados regressar às suas bases, tendo o almirante Allen Smith da Marinha norte-americana subido a bordo, no dia 31 de Janeiro, e conferenciado longamente com Henrique Galvão.

Este facto desagradou grandemente ao Governo português.

Logo de seguida, e obtidas as garantias de asilo político do novo presidente brasileiro, Jânio Quadros, os revoltosos desembarcaram no Brasil, terminando a sua intervenção neste episódio.