17/06/1961 -

Posse, em Lisboa, do cargo de governador-geral e comandante-chefe de Angola, do general Venâncio Deslandes.

Segundo o que Adriano Moreira relata no livro A Guerra de África 1961-1974, de Freire Antunes, Salazar escolheu Venâncio Deslandes para governador-geral e comandante-chefe de Angola ao ler o anuário com a lista dos oficiais das Forças Armadas e dizendo ao apontar o nome – “este é o menos mau”.

Venâncio Deslandes era um típico oficial do regime, pertencia ao grupo dos que haviam criado uma teia de relações familiares entre os que desempenhavam altos cargos, era cunhado de Botelho Moniz, fizera carreira entre cargos políticos e militares, era general da Força Aérea e embaixador em Madrid.

Considerou a nomeação para este cargo como um passo mais na sua promoção pessoal, que poderia levá-lo à Presidência da República por caminhos diferentes dos do seu companheiro de Arma Humberto Delgado.

Em Angola impulsionou uma política de autonomia, apoiado nas elites económicas locais, o que lhe granjeou simpatias e o fez entrar em conflito com o ministro do Ultramar, Adriano Moreira.