10/07/1961 -

Início da operação de cerco a Nambuangongo, ocupada pelos rebeldes desde o início da sublevação em Angola.

A 19 de Março, logo após os massacres de Março, a 5.ª Companhia de Caçadores Especias (5.ª CCE) tinha alcançado Nambuangongo, que encontrou abandonada e destruída, excepto a enfermaria e a casa do enfermeiro.

Esta companhia progrediu depois para Quissele e regressou ao Onzo.

Esta acção da 5.ª CCE inseriu-se nas acções de reacção imediata aos massacres, realizadas pelas poucas unidades presentes no território, e que não puderam ocupar e manter-se no terreno.

Após a chegada a Angola dos grandes efectivos desembarcados a partir de Maio, já era possível realizar essa ocupação permanente e esse foi o objectivo da Operação Viriato.

A Operação Viriato, cujo objectivo era a recuperação de Nambuangongo, desenrolou-se entre 10 de Julho e 9 de Agosto de 1961. Ficou na memória como
uma das mais emblemáticas acções do Exército neste início da guerra em Angola. A operação envolveu várias centenas de militares e muitas dezenas de
viaturas, para concretizar o mais importante objectivo da reocupação das povoações saqueadas por grupos da UPA.

Percorrendo um longo e difícil caminho, os homens do Batalhão de Caçadores 96, integrados nas Companhias de Caçadores 115, 116 e 117, chegaram a Nambuangongo no dia 9 de Agosto, onde se instalaram. Ainda nessa tarde, hastearam a bandeira portuguesa na igreja da povoação, cuja torre estava bastante
danificada e apenas o alpendre que cobria a entrada se apresentava sem estragos. A povoação, situada num planalto, estava deserta.

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Nos últimos cem quilómetros, desde Quitexe, os militares do Batalhão de Caçadores 96 tiveram vários reveses. A ponte sobre o rio Danje foi reconstruída.

No profundo vale do rio Luica, onde mais uma ponte foi reparada, viram-se confrontados com árvores tombadas sobre a picada; a força dos homens e das máquinas removeu esse obstáculo vindo da vasta vegetação que marginava o caminho. Até às portas de Mucondo e em Quincuzo sofreram fortes ataques. Logo após Muxaluando e até ao rio Onzo, continuaram os ataques. Os últimos cinco quilómetros foram os mais difíceis, pois o desgaste dos homens e das viaturas era evidente e as baixas começavam a causar danos psicológicos.

Sete militares morreram e 21 foram feridos.