01/10/1961 -

Começou a assumir-se o conceito de quadrícula para as forças terrestres como o que melhor responderia à necessidade de exercer a soberania sobre o território e as populações.

Desde o início, os militares instalaram-se junto de povoações, conviveram e apoiaram as populações locais.

Exceptuando as operações militares de restabelecimento da ordem nas zonas afectadas pelo terrorismo (Março a Outubro de 1961), e que implicaram acções de reconquista de posições e progressões sobre objectivos sucessivos, a necessidade de exercer a soberania sobre o território e as populações levou a que o conceito global de defesa terrestre assentasse no sistema de quadrícula. Nesta base, o Exército atribuía a cada território um comando local – Região Militar, em Angola e Moçambique, e Comando Territorial Independente, na Guiné – que, por seu turno, se subdividia em Zonas Militares (ou Zonas Operacionais), Sectores ou Comandos Territoriais, consoante o ditava a extensão do território e a actividade da guerrilha.

No patamar inferior das responsabilidades territoriais situava-se o escalão Batalhão, correspondendo, deste modo, ao tipo de unidade de maior dimensão que se organizava na Metrópole como força expedicionária. A cada Batalhão era atribuída uma área de responsabilidade ou “Zona de Acção” (ZA), na qual era implantado o respectivo dispositivo.

Dentro dessa área, o comando da unidade era responsável não apenas pela busca, perseguição e eliminação dos grupos de guerrilheiros, mas também pelo controlo, defesa e apoio social das populações civis nela residentes.

A necessidade de levar a presença do Exército ao maior número de locais obrigou a que, em regra, os batalhões dividissem a sua ZA em zonas de acção de companhia.

Deste modo, o aquartelamento isolado “tipo”, durante os treze anos de guerra, era de escalão Companhia. Daqui resultava, para o respectivo comandante, um capitão, uma responsabilidade operacional, administrativa e logística, que, na Metrópole, só existia nos escalões Regimento (coronel) e Batalhão/Grupo independente (tenente-coronel). Por outro lado, as próprias características do conflito determinavam que a maior parte das operações militares decorressem com efectivos de dois a três Grupos de Combate (50 a 80 homens), não requerendo, por esse motivo, o directo envolvimento de comandantes de patente superior a capitão. O capitão tornou-se, assim, rapidamente, o posto-chave de toda a estrutura militar da contra-guerrilha.