01/12/1961 -

Intercepção, pela UPA, de um grupo de guerrilheiros do MPLA nos Dembos.

Este acontecimento ficou conhecido como “O incidente Ferreira” e revela as insanáveis divergências entre os dois movimentos desde o início da luta de libertação.

Em finais de 1961, um grupo armado de cerca de 20 elementos, chefiado por Tomás Ferreira, foi enviado pelo MPLA do Congo para o interior de Angola, com vista a reforçar grupos da resistência nos Dembos, região cercada pelas forças portuguesas na zona de Nambuangongo.

Ferreira e seus homens foram interceptados por unidades da UPA/FNLA, detidos e eliminados.

Quando acusados do massacre, um dirigente da UPA, Rosário Neto, negou que o incidente tivesse ocorrido, mas acrescentou com condescendência que não tinha sido inteligente da parte do MPLA enviar homens para uma zona de guerra sem ter informado a UPA. A UPA sublinhava o facto de ter acesso privilegiado ao território angolano e considerava publicamente a guerra anticolonial em Angola como sendo exclusivamente do seu domínio.

Mais tarde veio a ser revelado, todavia, que Rosário Neto desconhecia, de facto, que a UPA tinha interceptado e eliminado o grupo Ferreira, sob ordens directas de Holden Roberto (Marcos Cassanga, dirigente da ala militar da UPA, ao abandonar o movimento em 3 de Maio de 1963 acusou Holden Roberto de ter dado ordens aos seus grupos armados para exterminar quaisquer unidades do MPLA que fossem encontradas em território angolano).

Este seria apenas um dos muitos incidentes entre a UPA/FNLA e o MPLA.

 Em princípios de 1967, guerrilheiros da FNLA apreenderam material de guerra ao MPLA e levaram-no para a base de Kamuna, onde se encontravam detidos vários dirigentes do MPLA.

Em meados de 1973, a FNLA deteve dois comandantes do MPLA, dando sequência a uma directiva de Holden Roberto para prender todos os guerrilheiros do MPLA encontrados nas suas áreas.