Início do I Congresso do PAIGC, realizado em Cassacá, no Sul da Guiné, sob a presidência de Amílcar Cabral, durante a qual foi eleito o Bureau Político do Comité Central do PAIGC. Neste congresso foi feita a separação entre poderes civis e militares e foi definido o conceito de território nacional e criados os comandos militares inter-regionais.
O PAIGC realizou o seu I Congresso na tabanca de Cassacá, no Sul do país, num momento crucial para a definição e correcção das formas de luta de libertação. O congresso decorreu em simultâneo com a batalha pela posse da ilha do Como (Operação Tridente), ocupada pelo PAIGC. Das matas chegavam notícias de desvios, de excessos e de exageros cometidos por alguns dos comandantes militares, tendo contraditoriamente por alvo as populações, de cujo apoio dependia o sucesso do movimento libertador.
Cassacá foi essencialmente o congresso da correcção de comportamentos requerida pela situação. Foi marcado por uma expurgação de grande amplitude, tendo vários dirigentes e comandantes militares sido criticados em público, denunciados pela população, expulsos do partido e os casos de traição irremediável entregues aos tribunais do povo. Foi a primeira manifestação de depuração interna.
Ao mesmo tempo que vários nomes desapareciam de cena, eram constituídas, no mesmo congresso, as Forças Armadas Revolucionárias do Povo, as FARP, o braço armado do PAIGC. Pela sua importância para o movimento de libertação guineense e para o lançamento dos pilares da construção futura de um Estado independente, pode dizer-se que Cassacá foi o único evento, a única reunião magna do PAIGC, que conseguiu sobrepor-se à barreira partidária e afirmar-se como referência na própria história do país.