24/03/1964 -

Fim da Operação Tridente, na Guiné, que se desenrolou na região do Como, envolvendo as ilhas do Como, Caiar e Catunco.

A operação, que sujeitou as forças portuguesas a um enorme esforço e exigiu aos militares grandes sacrifícios, veio a revelar-se de pouco interesse para o prosseguimento da guerra. As ilhas perderam importância para a manobra do PAIGC, que transferiu os seus efectivos para o interior do território e deixou de necessitar delas como base de refúgio. A Operação Tridente, como quase todas as grandes operações realizadas pelas forças convencionais na guerra de guerrilha, revelou-se um mau investimento operacional.

A operação terminou ao fim de mais de 70 dias por ordem do ministro da Defesa, Gomes de Araújo, que tinha sido encarregue por Salazar de comandarem grandes efectivos em ambiente de guerra real. O encarregado de transmitir a ordem foi o então major Pedro Cardoso, que constatou também a dificuldade em conciliar na Guiné os aspectos civis com os militares e as más relações entre o governador, comandante Vasco Rodrigues, e o comandante-chefe, brigadeiro do Exército Louro de Sousa, que seriam posteriormente substituídos nos seus cargos por Arnaldo Schultz.