05/1964 -

Luta no interior do GRAE entre Holden Roberto e uma facção chefiada por Jonas Savimbi, ministro dos Negócios Estrangeiros.

Tinha sido Jomo Kenyatta, do Quénia, quem convenceu Savimbi a juntar-se a Holden Roberto e à UPA-FNLA, de que começará por ser o secretário-geral e depois ministro dos Negócios Estrangeiros quando o GRAE foi criado.

As divergências entre Savimbi e Holden Roberto começaram a ser visíveis durante o processo de formação da OUA, quando Savimbi foi nomeado para o Comité dos Movimentos de Libertação, em 1963, o que provocou desconfianças e invejas em Holden Roberto. Acresce que Savimbi e Holden Roberto representavam duas tendências dentro da FNLA – uma “francófona”, de Holden Roberto, e outra “lusófona”, de Jonas Savimbi, e que Savimbi passou a concentrar o apoio dos quadros mais jovens, que lhe apreciavam o dinamismo, que colidia com a passividade de Holden Roberto, cercado de quadros “francófonos” instalados em Kinshasa, num “habitat” familiar que não queriam abandonar, como propunha Savimbi, para se instalarem no interior de Angola e aí combaterem.

Savimbi criticava a ineficácia militar da FNLA, mas as divergências entre os dois homens tinham também motivos étnicos, pois a FNLA era dominada por bacongos, enquanto Savimbi era ovimbundu.