3/14/1965 a 3/19/1965 -

Operação Aniversário 1965, em Angola.

O tempo de celebrar a guerra

A partir de 1964 os comandos militares de Angola iniciaram uma prática de gosto duvidoso de celebrar os acontecimentos de Março de 1961 com a realização de uma grande operação na área onde eles tinham ocorrido. Era uma espécie de comemoração vingativa e a estas operações eram dados nomes de código alusivos. Em 1964 foi designada Terceiro Ano e em 1965 Aniversário.

Com estas operações em data e local certo, os guerrilheiros sabiam com o que contavam e os resultados das forças portuguesas eram inversos ao seu esforço.

A Operação Aniversário de 1965 teve lugar como habitualmente nos Dembos e envolveu grandes meios – 109 Grupos de Combate, num total de mais de 2000 homens, uma bateria de Artilharia, Fuzileiros, oito helicópteros, aviões F84, T6, PV2 e DO27. As forças atacaram durante cinco dias “centrais” e “quartéis” da FNLA na zona. A acção militar ofensiva foi ainda acompanhada por volumosos trabalhos de engenharia militar para abertura de itinerários.

Os resultados de tanto esforço e gasto foram nulos. O analista da operação considera que “ficaram aquém do esperado. Os guerrilheiros não reagiram à penetração das forças portuguesas, presumindo-se que se tenham furtado aos combates, mas ficaram claramente desarticulados e debilitados”.

As apreciações dos militares portugueses às suas acções tinham uma linguagem tão criptada como a dos diplomatas para descreverem os insucessos!