13/03/1962 -

Prisão, em Bissau, pela PIDE, dos dirigentes do PAIGC Rafael Barbosa e Fernando Fortes.

No início de 1962, o PAIGC começou a distribuir propaganda em Bissau, onde já dispunha de uma organização e de militantes. A PIDE procurou imediatamente capturar os seus dirigentes e responsáveis e, a 13 de Março, atacou duas casas num bairro dos arredores de Bissau, onde apreendeu muito material e prendeu o presidente do partido, Rafael
Barbosa, e Fernando Fortes, membro do comité central.

O PAIGC espalhou panfletos a exigir a libertação dos dirigentes de uma organização que não tinha ainda realizado qualquer acto violento.

Em Junho foram detidos mais elementos do PAIGC, alguns dos quais tinham frequentado cursos de preparação militar no estrangeiro.

Uma violenta e gratuita repressão

A morte de um agente da PIDE, Augusto Macias, e os ferimentos causados num oficial da polícia e em dois agentes, em Catió, no Sul da Guiné, provocaram uma violenta repressão da PIDE, que destruiu as aldeias próximas e prendeu os seus habitantes.

Nas declarações que prestou na 4ª Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas, Amílcar Cabral denunciou que “dezenas de aldeias foram atacadas e queimadas e que militantes do PAIGC foram afogados nos rios e no mar e alguns regados com gasolina e queimados”. Foram referidos os casos de Bernardo Soares, responsável do PAIGC em Bedanda, torturado e queimado vivo e do estudante Vitorino Costa, morto em Tite.

Entre 15 de Junho e 31 de Julho foram presos mais de 2000 africanos guineenses, dos quais 250 foram enviados para o campo de concentração do Tarrafal.

A violência da PIDE tinha ajudado a criar as condições para o PAIGC granjear mais adeptos para a guerra que iria começar em Janeiro do ano seguinte com o ataque a Tite.