Deslocação a Lisboa do governador-geral de Moçambique, almirante Sarmento Rodrigues, por causa de actividades secessionistas de colonos da Beira.
Sarmento Rodrigues foi nomeado governador-geral de Moçambique por Adriano Moreira, ministro do Ultramar.
Estava próximo dos militares que haviam tentado, em Março de 1961, o golpe palaciano falhado de Botelho Moniz contra Salazar e a guerra.
Era um autonomista, dentro da tradição maçónica e republicana portuguesa, que pretendia fazer evoluir as colónias para a autonomia e prevenir a guerra.
O movimento secessionista que o trouxe a Lisboa teve alguma expressão nos anos 60 entre a comunidade branca mais liberal de Moçambique, mas nunca passou de um grupo de interesses que julgava vantajosa uma ligação privilegiada de Moçambique à Africa do Sul e jamais assumiu as proporções que viria a ter na Rodésia de Ian Smith.
Nas lutas entre os grupos ultras e mais liberais do regime foi acusado de ligações a moçambicanos independentistas, como Domingos Arouca. Esta luta saldou-se com a derrota dos adeptos de uma solução para o problema colonial.
Domingos Arouca será preso.
Adriano Moreira foi afastado do Governo pouco depois e os ultras e os colonos hostilizaram na sombra Sarmento Rodrigues. Este veio a Lisboa sabendo que não tinha condições para levar à prática as suas ideias e que a curto prazo seria demitido.