Proibição, pelo Governo, das celebrações do Dia do Estudante, abrindo-se a crise académica.
A crise estudantil de 1962 teve o seu início em Março, prolongando-se até ao final do ano. A nova legislação, que condicionava a eleição das associações de estudantes, foi o pretexto para a contestação ao regime. Esta visava a instauração de um regime democrático e vinha na sequência das lutas políticas iniciadas na campanha presidencial do general Humberto Delgado.
Apesar de proibido, realizou-se a 9 de Março em Coimbra, o I Encontro Nacional de Estudantes, no qual foi criado o Secretariado Nacional dos Estudantes Portugueses. O Dia do Estudante, marcado para 24 de Março, foi igualmente proibido e as academias de Lisboa e de Coimbra decretaram luto académico, uma forma de greve.
A 10 e 11 de Maio, a polícia assaltou a sede da Associação Académica de Coimbra, seguindo-se novo luto académico e a greve aos exames.
Em Lisboa, os estudantes, acompanhados por alguns professores, ocuparam as instalações da cantina universitária, o que motivou nova intervenção policial.
Entre os líderes da revolta destacaram-se o estudante de Direito Jorge Sampaio, Medeiros Ferreira, secretário-geral da Reunião Inter-Associações, e Eurico Figueiredo, líder do Secretariado Nacional dos Estudantes Portugueses.
Em carta ao presidente da República, 47 professores de Lisboa apoiaram formalmente os estudantes. Marcelo Caetano, então reitor da Universidade de Lisboa, demitiu-se. Magalhães Godinho foi demitido de professor do ISCSPU. Lopes de Almeida, o contestado ministro da Educação, foi substituído por Inocêncio Galvão Teles e Paulo Cunha sucedeu a Marcelo Caetano como reitor da Universidade de Lisboa.
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