04/04/1962 -

O Conselho de Ministros debate a agitação estudantil nas universidades.

A agitação tinha como causa próxima a autorização para a celebração do Dia do Estudante.

Segundo o relato feito por Franco Nogueira, reunidos os ministros em São Bento, ao redor da mesa de reuniões, Salazar perguntou à queima-roupa a Lopes de Almeida, ministro da Educação: “Mas o senhor ministro prometeu ou não que seria autorizado o Dia do Estudante?”.

O ministro, ainda segundo relato de Franco Nogueira no livro Um Político Confessa-se (Diário: 1960-1968), “hesita, tergiversa, titubeia. Lopes de Almeida mete os pés pelas mãos, fica corado até às orelhas e raiz dos seus poucos cabelos, e com esforço murmura com voz enrouquecida: ‘não’.

Estava claramente a mentir. Mas Salazar logo tira a conclusão: ‘Ah! Bem, então o Governo está livre de proibir o Dia do Estudante’. E Lopes de Almeida concorda em publicar uma nota oficiosa proibindo o Dia do Estudante”.

Estudantes numa manifestação em Lisboa. [DGARQ-TT]