Continuação da agitação estudantil em diversas universidades portuguesas.
A agitação estudantil intensificou-se e alguns directores de faculdades demitiram-se em protesto. Correram rumores de tumultos sérios para o 1º de Maio. Em Conselho de Ministros Salazar diz: “Muitos vão precisar de injecções de vitaminas”.
Analisando a acção que atribuía aos comunistas toda a agitação, comenta: “Se nada fizermos, antes de dez anos eles estão sentados a esta mesa”. Só errou por dois anos!
A crise académica de 1962 constituiu uma das expressões mais marcantes da resistência estudantil à ditadura. De algum modo foi a primeira das grandes lutas dos estudantes que varreram a Europa na década de sessenta, facto que resulta inteiramente lógico perante o denso nó de contradições da sociedade portuguesa, agora acentuadas pela Guerra Colonial.
O “Luto Académico”, lançado pela Reunião Inter-Associações, em 26 de Março, com a criativa palavra de ordem “ofenderam-te, enluta-te!”, com a ocupação de instalações, gigantescos plenários e concentrações, desfiles e manifestações dentro e fora dos recintos universitários, envolveu sobretudo as universidades de
Lisboa e Coimbra, mas também a do Porto.
Durante este confronto, a repressão fez-se sentir de forma violenta.
Instalações associativas e académicas foram cercadas, invadidas ou mesmo encerradas.
Muitos estudantes foram presos.
Alguns dos protagonistas desta crise vieram a desempenhar papéis importantes no regime democrático, na cultura e na ciência, como Jorge Sampaio, Eurico de Figueiredo, Isabel do Carmo, Victor Wengrovious, entre tantos outros.
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