Salazar comunica ao embaixador George Anderson, dos EUA, que tomou em alta consideração a proposta americana que aconselhava o Governo português a declarar o seu apoio ao princípio da autodeterminação que lhe havia sido entregue em 9 de Junho.
Salazar disse ao embaixador Anderson que o seu Governo tomou em grande consideração a proposta americana, mas argumentou que a modernização e a preparação para a autodeterminação dos povos indígenas demorará muito mais tempo do que aquele que o Governo americano acreditava ser necessário.
Na sequência das pressões americanas para Portugal reconhecer o princípio da autodeterminação e assim facilitar o apoio que os Estados Unidos queriam dar sem terem de criar maiores dificuldades no seu relacionamento com os países africanos e asiáticos, Franco Nogueira encontrou o embaixador Americano nas Nações Unidas, Goldberg, em 27 de Outubro para lhe repetir as posições portuguesas de que a independência das colónias significaria o fim da influência portuguesa e do Ocidente em Angola e Moçambique, e que o Governo português não resistiria 30 dias no poder se aceitasse o princípio da autodeterminação como os africanos desejavam.
No final de 1965 a situação militar estava relativamente controlada nos três teatros de operações, a opinião pública portuguesa parecia aceitar sem grandes contestações a guerra, a economia ainda suportava com facilidade os custos das operações em África e o Governo de Salazar, ultrapassado o período difícil dos primeiros anos, estava em condições de algum desafogo internacional. É este desafogo que leva Franco Nogueira a dizer ao embaixador americano que nem as pressões das Nações Unidas, nem as americanas forçariam o Governo português a alterar a sua política.
Como reconheceu um analista do Departamento de Estado, o empate militar entre os rebeldes angolanos e moçambicanos e as forças portuguesas manteve-se durante toda a administração Johnson.