04/01/1966 -

Criação do Serviço Postal Militar, através do Decreto-Lei n.º 46.826.

Com o enorme volume de tropas já presentes nos territórios ultramarinos, tornava-se indispensável a criação de um serviço autónomo, totalmente dedicado ao manuseamento e encaminhamento da correspondência dos militares, para além, naturalmente, do correio oficial que devia circular entre os diversos territórios sob administração portuguesa. Do ponto de vista psicológico, a atempada circulação da correspondência era de primordial importância para a manutenção do moral dos militares destacados.

Os serviços foram organizados pelo capitão Ernesto Tapadas, requisitado em Junho de 1961 aos CTT e imediatamente enviado para Luanda. Desde logo se iniciou a criação de um serviço postal militar no Ultramar, e especialmente em Angola, com o objectivo de fazer chegar aos seus destinos, no mais curto prazo, toda a correspondência de e para as unidades e órgãos militares, que se encontravam dispersos pelo território de Angola.

Uma das primeiras medidas foi a introdução dos códigos de endereço, constituídos por um número com quatro algarismos, em que os três primeiros definiam a unidade e o último o território. Este último foi atribuído da seguinte forma:

  1. Índia

  2. São Tomé e Príncipe

  3. Macau

  4. Moçambique

  5. Timor

  6. Angola

  7. CaboVerde

  8.  Guiné

  9. Metrópole

O algarismo 1, inicialmente destinado à Índia, acabou mais tarde por ser atribuído às unidades da Armada.

Os efectivos do Serviço Postal Militar (SPM) foram crescendo, tendo aí prestado serviço, ao longoda guerra, mais de 700 militares. À medida que se instalaram, os seus serviços foram também aumentando a sua autonomia em relação aos CTT, ganhando prestígio junto dos militares, que esperavam sempre com ansiedade as cartas e aerogramas trazidos pelo SPM.

Durante o período da guerra, de 1961 a 1975, o SPM transportou mais de 20 mil toneladas de correio e encomendas, com mais de dois milhões e meio de contos em valores declarados.