24/02/1966 -

Operação do PAIGC na região de Cabolol, Sul da Guiné.

Durante a Operação Teste as forças do PAIGC emboscaram forças portuguesas em operações na região de Cabolol (Sector Sul). Nesta emboscada as forças portuguesas sofreram dois mortos e 17 feridos e um desaparecido e tiveram de retirar por terem esgotado as munições.

Do relatório da operação consta a presença de um helicóptero a aproximar-se para apoiar os guerrilheiros, com a forma de um Alouette III, facto que nunca foi provado.

Apesar disso, pode dizer-se que a guerra na Guiné se travava já com um elevado nível de intensidade, com as forças do PAIGC a disporem de material de idêntica capacidade, se não superior, às forças portuguesas.

O Governo português nunca entendeu esta realidade de que Portugal enfrentava na Guiné um adversário cada vez mais bem organizado, com melhores meios de combate e que tinha a curto ou médio prazos capacidade para colocar em xeque as forças portuguesas.

Desde 1966 era clara a evolução do PAIGC no campo de batalha e evidentes os riscos de um confronto desigual naquele teatro, mas o Governo de Salazar, passadas as hesitações dos primeiros anos após o desencadear da guerra em Angola, incentivou e reforçou a teoria do território uno e indivisível entre a Metrópole e todas as suas colónias.

Foi uma opção insensata, que veio colocar o regime num impasse político, em face da degradação da situação militar.