27/08/1966 -

Reunião da CONCP em Brazzaville com a presença de Agostinho Neto, Amílcar Cabral e Marcelino dos Santos.

A reunião correspondeu à segunda sessão ordinária da direcção da CONCP (Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas) e decorreu de 27 a 31 de Agosto em Brazzaville.

Participaram Agostinho Neto, do MPLA, Amílcar Cabral, do PAIGC, Marcelino dos Santos, secretário das relações exteriores da FRELIMO, Tomás de Medeiros, do MLSTP, Mário de Andrade, antigo presidente do MPLA, e Amália Fonseca, do secretariado da CONCP e da Comissão Central do PAIGC.

Os principais assuntos foram:

  • A solidariedade activa do Congo-Brazzaville

  • A luta armada em África

  • O complexo da derrota doEstado-Maior português em face aos progressos da rebelião

  • A censura a certos países africanos que recusam apoiar a acção dos combatentes da liberdade

  • A condenação dos países da NATO, principalmente os EUA e a RFA

  • A solidariedade activa dos quatro partidos: MPLA, FRELIMO, PAIGC e MLSTP.

Os membros da CONCP foram tratados como membros de Governo e foram recebidos pelas embaixadas de China, URSS, Coreia, Vietname, Cuba, Argélia e República Árabe Unida.

A CONCP conseguiu os seguintes apoios:

  • De Cuba – um novo contingente de instrutores cubanos, uns para o campo de Loubomo (Congo-Brazzaville) e outros para um campo na Guiné-Conacri. Previa-se que 1200 voluntários cubanos pudessem ser distribuídos pelos campos de instrução. Material de guerra ligeiro, medicamentos e bolsas de estudo.

  • Da China – uma ajuda de 45 milhões de francos CFA, instrutores militares e material de guerra semipesado: morteiros, metralhadoras e lança-granadas foguete.

  • Da República Popular do Congo – a cedência do campo militar de Loubomo para treino de guerrilheiros do MPLA e da FRELIMO, assistência médica e armamento ligeiro. Nesta reunião também foi decidido estreitar a colaboração com a FPLN, o movimento dos oposicionistas portuguesas da Argélia, e melhorar a coordenação entre os movimentos de libertação das colónias portuguesas. Amílcar Cabral foi eleito para um mandato como presidente da CONCP.