24/10/1966 -

O tenente-coronel Silvino Silvério Marques termina a sua missão como governador-geral de Angola.

Silvino Silvério Marques foi substituído pelo coronel Camilo Rebocho Vaz, que iniciou funções a 28 de Outubro.

Silvério Marques foi para Angola, como governador-geral, ainda tenente-coronel, para render o general Venâncio Deslandes, demitido na sequência dos atritos com o ministro do Ultramar, Adriano Moreira. Foi ele a restabelecer o sistema de separação de funções entre o governador-geral e o comandante-chefe, que em Angola só vigorou com Venâncio Deslandes.

Durante o seu mandato, a situação militar manteve-se centrada no Norte e ele incentivou uma política de integração racial, de desenvolvimento centrado nas obras públicas e na educação, através da universidade.

 

Os conflitos com os grandes interesses

Nas suas memórias, Silvério Marques refere, tal como aconteceu com Adriano Moreira e Sarmento Rodrigues, alguns conflitos com os grandes interesses que acabaram por determinar o afastamento das funções que desempenhavam, no seu caso, a não recondução para novo mandato.

Intervenções na política de recrutamento de pessoal da Diamang, na discriminação racial que a empresa praticava, na exigência do respeito por normas de protecção ambiental, causaram incómodos ao todo-poderoso comandante Ernesto Vilhena, o administrador-delegado da Diamang, e queixas deste a Salazar, que se traduziram na substituição de Silvério Marques.

Salazar, como sempre aconteceu nos conflitos entre um funcionário, mesmo do topo da hierarquia, e uma grande empresa, despedia o funcionário incómodo.