Ameaça de comerciantes e agricultores de café do Norte de Angola de abandonarem a área depois da colheita.
Os comerciantes e agricultores da zona de Bolongongo, no Norte de Angola, ameaçaram as autoridades portuguesas de abandonarem a actividade se não lhes fosse
garantida a segurança.
Esta ameaça surgiu na sequência de uma flagelação feita por dois elementos armados que dispararam contra trabalhadores da Fazenda Cuílo, sem consequências, e que mais tarde atacaram uma viatura daquela fazenda, causando um ferido.
As autoridades portuguesas consideraram esta atitude dos comerciantes da região exagerada e inconveniente e uma forma de exercerem pressão para lhes ser dada protecção permanente, ou “carta branca para procederem a retaliações e outras atitudes” que aliás já tinham proposto publicamente.
O ministro da Defesa interessou-se pelo assunto e a resposta do Comando-Chefe de Angola foi informar que, após o ataque sofrido, a primeira reacção da população foi a de fazer justiça pelas próprias mãos e, de seguida, aproveitando-se da situação, os comerciantes pretenderam apoderar-se do café das lavras dos africanos para se pagarem das dívidas dos indivíduos fugidos para as matas.
“Semelhantes atitudes foram contrariadas pelas autoridades militares o que, como é óbvio, não agradou e provocou hostilidades”.