Novo memorando do chefe do Estado-Maior do Exército sobre as “Negociações com a África do Sul”, em que se refere a nova exigência da África do Sul de que as negociações se efectuassem através do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Apesar dos entendimentos que já estavam em vigor entre autoridades militares dos dois lados, ainda não se tinha consolidado um sistema informal para essas relações. Contudo, uma carta do general Fraser levanta a questão da necessidade de as relações passarem pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, o que altera a fórmula anterior.
Escreve o general Câmara Pina: “É evidente que as autoridades militares de Portugal e da África do Sul estabeleceram entre si uma ligação de trabalho, por delegação dos respectivos ministros da Defesa, depois de ter havido um acordo de princípio entre os dois Governos. A viagem do ministro dos Negócios Estrangeiros à África do Sul mais confirmou o entendimento em que se vivia”.
A verdade é que, segundo transparece da correspondência, os assuntos deviam a partir de então passar pelos Negócios Estrangeiros, o que dificultava naturalmente as relações informais. Razão para o despacho do ministro do Exército, Luz Cunha: “Receio que pelo novo sistema que pretende estabelecer-se as ligações e portanto os possíveis fornecimentos de material venham a ser muito mais demorados”.