15/08/1960 -

Independência do ex-Congo Francês, ou Congo Brazza.

O nome Congo Brazza tem origem no mercenário explorador italiano Savorgan de Brazza que, ao serviço da França, em 1880, fez o rei local Makoko assinar um tratado de “protectorado” em que cedia à França os seus direitos sobre o seu império.

Em 1884-85, a Conferência de Berlim confirmou a atribuição deste território à França, que o colocou debaixo da autoridade do Comissariado Geral, e este reuniu-o ao Gabão para formar a África Central Francesa, reagrupada com o nome de Congo Francês. Em 1906 foi dividida em três colónias: Gabão, Congo Médio e Oubangui, a que se juntaria o Chade.

O Congo Francês é um produto típico do colonialismo, com o regime de indigenato e de trabalho forçado para as populações locais, e as riquezas exploradas por grandes companhias concessionárias (CFAO, Compagnie Française de l’Afrique de l’Ouest, CCSO, Compagnie Concessionnaire Sangha Oubangui), o que provocou resistências e lutas.

O Congo Brazza esteve envolvido na II Guerra Mundial, por a cidade de Brazzaville se ter tornado, em 1940, a capital da França Livre. Em 1944, De Gaulle convocou a Conferência de Brazzaville, que foi o primeiro passo na direcção da independência. O Congo Médio tornou-se uma república autónoma em 28 de Novembro de 1958 e alcançou a independência a 15 de Agosto de 1960.

O primeiro presidente foi o abade Fulbert Youlou, um pró-ocidental corrupto e aliado de Portugal, que foi derrubado em 1963 por um “levantamento popular” organizado pelos sindicalistas. O Congo entrou na órbita dos países de ideologia socialista, aqui designado por socialismo Bantu, e dirigido pelo professor Alphonse Massamba Debat, que será o segundo presidente da República.

Massamba Debat será, por sua vez, derrubado por um golpe de Estado dirigido pelo capitão Marien Ngouabi, que tomou o poder e impôs um regime marxista-leninista.

A importância do Congo Brazza deriva também do facto de fazer fronteira com Cabinda e de ter servido de base de apoio ao MPLA.